segunda-feira, maio 24

a dor da gente

Impassível e compassadamente o médico lhe disse que seus exames estavam alterados.
E franziu a testa, sem esboçar compaixão.
Passava das onze horas da manhã mas ela viu a escuridão do fim do mundo e depois aquele branco brilhante, do fim do túnel.

Agora já não tinha fome e sua vida estava concentrada naquele ponto, o início da espiral que espalhava suas lembranças
pela cidade e por todos esses anos.

Ouviu a pistola da linha de partida,
ponderou entre o silêncio e o grito
e preferiu o colo de sua mãe, a coragem da ciência,
a força de ser ela.
Chegara sua vez de lutar.

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